Não costumo partilhar estas divagações quase cinematográficas, mas hoje apteceu-me fazê-lo (desculpa Sandrinha por teres sido a vitima involuntária, em parte catalizadora deste post)...
Se eu mando no que penso (a maior parte das vezes que estou destraída) e até tenho uma imaginação altamente criativa, porque é que hei de passar tanto tempo a ver filmes imaginados por outras mentes estranhas?
É certo, adoro fazê-lo... o desconhecimento "do que virá a seguir" proporciona uma sensação electrico-viciante que nos faz chamar nomes, a quem nos conta em ante-mão, o que passámos as ultimas 2horas, aproximadamente, a tentar descobrir ou não descobrir.
Sim, ás vezes sabe (me) bem (muito muito bem na verdade ;P), poder ser eu a desenvolver a "pre/meta e pós" visão da história que vou apreciar, ainda que possa ser apenas com os olhos da mente.
Não estou a par da existência de algum método em concreto, que qualifique a destreza com que isto é realizado por esses milhões de day/night dreamers espalhados pelo mundo fora, mas arrisco-me a dizer, que se não sou uma expert, sou pelo menos, uma utilizadora independente... e muito frequente!
Nem sempre tenho tempo para realizar filmes suficientes para todos os scripts que me ocorrem nos momentos mais estranhos e inoportunos, mas quando consigo... esmero-me!
Passa-me pela cabeça, o flash de uma situação, possivelmente relacionada com uma hipotética realidade. Projecto todo um background (assim ao género de cenas do episódio anterior) e um cenário capaz de enquadrar toda a acção que EU (euzinha! :D), decidi que iria ter lugar e culminar com um determinado desfecho... na maior parte das vezes, o mais aproximado possível com o desejado na realidade (afinal de contas tudo se resume a fazer algumas ligeiras modificaçõezinhas nessa coisa realidade... and you can do that on movies you direct! ).
Sou capaz de estar horas só a "ver; viver e reviver" as minhas obras primas... ás que vou acrescentando virgulas, pontos e parágrafos numa incessante busca pelo enredo perfeito (friso, no entanto que durante estas horas estou perfeitamente operacional para conduzir; alimentar-me; falar e respirar... ocasionalmente dormir até!).
Por vezes entusiasmo-me tanto com a perfeição das minhas divagações, que ouso tentar extrapolá-las para a realidade... ou para algo um pouco mais próximo dela do que a minha sonhadora tela de projecçao nos confins do meu espaço sideral.
Invariávelmente deparo-me com as incorruptíveis incongruências entre a realidade do tempo presente e a minha própria doce aproximação á mesma. Gosto, mesmo assim, de acreditar que parecem mais ser sombras do nosso cepticismo eufemisticamente apelidado realismo, do que propriamente grandes abismos intransponíveis até para as minhas super personagens.
clap clap clap (de um igualmente sonhador-vivedor)
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