quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

As coisas que não vemos e os sentidos especiais

Há coisas que não conseguimos ver...  até imagino que seja a maior parte delas.
Ao reflectir sobre isso, acho mesmo que sinto muito mais e melhor do que aquilo que vejo (e ainda bem, porque pelo menos durante aquela horinha de lusco-fusco sou uma verdadeira toupeirazita), e ainda  assim, tropeço muitas e muitas vezes no degrau de pensar que (fora as óbvias excepções) o que não vejo não pode existir. Mas lá, bem no fundo, eu sempre soube o que ali estava, escondido por debaixo das mantinhas fofas da minha boa e grande vontade de não o ver, tal e qual como o meu Nuggy nas manhãs frias de Inverno, em que se faz de cego, surdo e mudo para não ter de sair da cama.


Não querendo diminuir esse tão indispensável e colorido sentido que é a visão (se bem que para diminuta, já está cá a minha), quando a comparo com os tais misteriosos sentidos especiais parece me tão limitada (e não não me refiro só á minha).


Existem tantas capacidades que temos, e desvalorízamos constantemente, só por não existirem conhecimentos sintéticos comprovados sobre elas. A sua constante desvalorização acaba, talvez, por as silênciar, ou simplesmente, habituamo-nos á sua presença ali e a ignorá-la, á semelhança do que fazemos com o despertador, que por desconhecimento, insiste em tocar até ao meio dia, aos fins de semana, como se fossem dias de trabalho.


Diz-se que os gostos são resultado da personalidade e sensibilidade de cada um, e faz todo o sentido. Mas pelo menos uma vez na vida acontece (eu é que devo ser hiper-sensitiva porque na minha acontece com imensa frequência), estarmos frente a frente com o que "não tem nada haver", e que em nada se enquadra na nossa personalidade ou preferências, mas que simplesmente sentimos que é nosso porque... tem que ser.


E quem nunca foi abordado, por um olhar singular, lançado por "alguém" (e agora vamos abranger todos os seres vivos, e algumas pedras...), que vos transmitiu a mensagem de forma tão completa e nítida, como se a tivessem acabado de ouvir, em stereo e na vossa lingua de origem?


Sem querer andar a passear em campos cultivados pelas bruxas do esoterismo (um grande beijinho para elas, que eu tanto adoro), existem sempre "coisas" (tudoaquiloqueconseguiremimaginar.com) que sabemos sem saber como nem porquê, pessoas que conhecemos sem nunca as termos visto e sitios onde nos sentimos em casa, sem nunca lá termos estado. Explicação? Não preciso. Eu sei que assim é.




2 comentários:

  1. Verdade!!!

    Conheces a expressão...."Damn, .you smell good......like home" ?

    ;)

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  2. Eu não conhecia a expressão... mas a descrição da sensação parece-me familiar ;)

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