sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

"Watch out for those frozen veggies!"

Adoro ler, adoro ter tempo para ler, e melhor... adoro ter tempo para ler coisas que me apteça ler!
Possivelmente por estar a ler contrariada (anatomia de animais exóticos não é muito a minha praia), hoje pressinto uma certa neura a instalar-se, então pensei que talvez fazer um post daqueles pró-resmunguice pudesse ajudar, cá vai:


A julgar pela absurda quantidade de comida congelada que a minha mãe insiste em armazenar nesta casa, estará, sem qualquer sombra de dúvida, eminente uma qualquer catástrofe natural ou talvez até guerra civil. 


É tão irritantezinho, estar eu no auge da minha batalha contra as especificidades dos chelónios (altamente massacrada pela falta de interesse que tenho no assunto), a precisar urgentemente de um aporte instantâneo de açucar para sobreviver, conseguir, mesmo assim, livrar-me das garras da ronha (representada aqui hoje pelo puff xl e lareira acessa da sala), enfrentar o frio da cozinha, abrir o congelador á procura daqueles fantásticos crepes que vão 40seg ao microondas e é só comer... E DEMORAR 10MIN A REVOLTEAR TODAS AS GAVETAS ATULADAS ATÉ CIMA DE COISAS QUE PARECEM ESTAR ENCAIXADAS DA UNICA MANEIRA POSSÍVEL (depois de lhes mexer a gaveta nunca mais fecha) E DE TÃO CONGELADAS SE TORNARAM IRRECONHECÍVEIS!


A minha relação com este processo natural que nos permite conservar o que comemos ontem, como se tivessemos gostado tanto que nunca mais o queremos perder, tem sido, descobri á pouco, muito espirituosa...
 Á mais ou menos meia hora atrás, enquanto puxava pela cabeça para tentar resolver o tal utópico puzzle cujo prémio de resolução era conseguir voltar a fechar a porta do congelador, lembrei-me de algumas histórias ... estúpidas?!... que envolveram congeladores. 


Uma delas passou-se em casa do meu pai (onde o meu irmão e eu passamos sempre parte do verão). Como sempre a minha mãe tinha insistido para que levássemos de Lisboa uma série de caixas, caixinhas e caixotes de comida congelada para não termos de passar a vida no supermercado. 
Quando estamos de férias, tanto o meu irmão como eu, temos o péssimo hábito de ficar a ver filmes noite dentro, invariávelmente acompanhados de alguma coisinha para picar. Nessa noite, a caixa de sorbet de limão da Cart d'Or, deve ter chamado a atenção do meu irmão, enquanto num impulso já inconsciente, ele passava a habitual revista ao congelador.... (ok ok eu tento resumir ao máximo...)
SURPRISE SURPRISE, ele abre a caixa... deixa descongelar um pouco, e quando mete a colher...não era sorbet de limão (era a caixa do dito, sim, mas o conteudo agora era outro)... nada mais, nada menos que... (atenção atenção agora que isto é muito bom, porque o meu irmão é a pessoa mais enojada e esquisita com a comida, que eu conheço) CALDO DE CAMARÃO!!!
Sim, aquela águinha nojenta que se usa para cozer os bichinhos e depois dá para fazer uma panóplia de pratos mil vezes mais saborosos do que se utilizassemos uma água "nova"... mas atenção, porque ainda trazia um bónus... OS BICHOS LÁ DENTRO COM CASCA; CABEÇA; ANTENAS E TUDO!!!
(Escusado será tentar exprimir a carantonha inesquecível que a pessoa fez... até aposto que se não fosse o receio dele, que o meu pai depois lhe cortasse o gasganete, ainda tinha arremessado a dita caixa num reflexo de genuíno pânico ...e sim, ele é suficientemente "impressionável" para o fazer!)


Outras histórias envolvem (como não podia deixar de ser) animaizinhos... Até podiam ser histórias adoráveis daquelas com cãezinhos que roubam comida e tal, mas não... são mesmo histórias com amostras de sangue, material de biópsias e cadáveres...(não é bonito mas são ossos do óficio!)
Há de tudo... pessoas a irem mexer no congelador, pensando que não iam encontrar nada mais do que uma maçãzinha ou talvez um tupperware que alguém do staff da clinica, deixou para lanchar mais tarde, e ficam petrificadas quando lhes cai para o colo, um saco preto com uma iguana congelada a espreitar... Isso ou amostras de orgãos, mal rotuladas que acabam por passar por outras, de orgãos que para começar, nem existiam no animal em questão... Tubos de sangue mal fechados que conseguem transformar o convencional Miele branco da clinica num ousado electrodoméstico encarnado digno de uma mansão drácula... and so on ...and so on!



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