terça-feira, 28 de maio de 2013

Selva dos transportes públicos

Já não andava de autocarro a bastante tempo, desde os meus tempos de escola secundária, e mesmo na altura era frequente escolher alternativas como o comboio metro e volta e meia até os meus próprios pézinhos, qualquer coisa menos autocarros, tal traumatizantes foram as poucas viagens que fiz dentro de um.

Hoje por ocasião de ter o carro na oficina e ter de me deslocar ao Saldanha, voltei a reviver esses tempos, e a perceber o porquê da minha falta de fé nos autocarros...

Para começar devo dizer a seu favor que mais pontual era impossível ( um pouco ao género "cumpre a tua parte que eu cumpro a minha" ) fiquei satisfeita, tudo parecia correr bem. Até que ao abrirem se as portas revivi o pânico de uma entrada frenética tal qual metro de Tóquio mas em vez de criaturas orientais de meia idade aqui os atletas foram sobretudo (vá todos fora eu) senhores com mais de 60 décadas no bucho e que só de ficar a olhar para eles me provocaram uma crise de reumático precoce... Tudo bem que ser pontual é essencial nesta profissão, mas Sr Condutor, será mesmo impreterível fazer tais criaturas velhinhas correr e trepar como se estivessem a fugir do furacão Sandy!? Sujeitas a fracturar bacias e clavículas e passar o pouco que resta da vida numa cama entrapados!? Enfim, lei da sobrevivência na selva aplicada aos transportes públicos urbanos....

Passado o espanto/pânico inicial aproximo me do condutor pré, mas lá chegará, obeso milagrosamente encaixado na sua cadeira que mais parece um andarilho de bébe (ficamos portanto esclarecidos quanto á ignorância do condutor relativamente á sua péssima condução, ele não mexia dali nem que quisesse!

- "Boa tarde, quanto é um bilhete?"
-"São 3.25€".
-"Peço desculpa mas não tenho trocado, só tenho 2.90€..." 
E automaticamente estendo lhe a nota de 20€. Parecia que lhe tinha ofendido as femêas da família até á 3a geração! O homem arranca enraivecido e as desgraçadas das senhoras velhinhas que ainda estavam de pé iam ficando estateladas no vidro da frente! A medida que fazia o troco ia travando como se o único objectivo fosse mandar as moedas todas para o chão. Nesse momento jurei a mim mesma que se alguma caísse não era eu que com 2 sacos as costas me ia baixar para as apanhar, mas que ele me ia entregar o troco em mão isso ia! Por estes momentos a vontade de lhe bater já se ia apoderando de mim...

Já sentada continuei com dificuldade em permanecer sentada sem me agarrar sempre que a estrada não era uma recta, voltei a pensar que pelo menos 80% dos utilizadores deste transporte são pessoas já com uma certa idade e que só não iam mais agarrados porque nenhum deles tinha mais de duas mãos!

Passado o martírio do autocarro, a viagem de metro, como sempre, foi bem mais agradável. Pelo menos por piores que sejam os dotes condutores do responsável pela actividade em si, a trajectória, em principio, não muda!

Portanto, de Algés ao Saldanha a pé com malas secalhar não melhorava, mas para mim, curtas distancias só a pé!

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