Mais um Festival do Puro Sangue Lusitano passado, o que significa... Uma renovada mixórdia de temáticas!
Os episódios vividos nestes eventos são sempre uma maravilhosa fonte de inspiração para a prática da divagação escrita profissional.
De salientar, a questão do notório excesso populacional em pista, durante as homenagens e entregas de prémios. Assim como o facto de, as homenagens em vida se estarem a tornar quase uma prática obrigatória... Será que já homenageá-mos todos os defuntos importantes? Ou simplesmente a malta que tem morrido ultimamente andou aqui a brincar e não fez nada de jeito enquanto cá andou?... É um assunto a analisar.
Voltando ao excesso populacional em pista, é hilariante observar como aqueles oito minutos, repetidamente ensaiados nas, pelo menos, vinte edições anteriores, se podem tornar autênticos quebra-cabeças para quem, ano após ano as protagoniza.
De esperar seria, que para a realização de uma cerimónia de homenagem fosse necessária a presença de um homenageado e uma outra ilustre entidade que procedesse á dita homenagem.... Vá, tudo bem, uma menina bonita para entregar a lembrançinha ao homenageado também fica bastante bem enquadrada... ainda dá um beijinho e tal...fica bem! Talvez até duas, se a organização for generosa e para além da lembrançinha ainda vier um diplomazeco. Se formos um pouco mais além, secalhar... pode ser útil ter alguém prestável e atento, perto da porta, não vá faltar o ramo de flores á ultima hora ou ser preciso ir a correr buscar algum microfone. Existe até, quem organize estas homenagens, com um apresentador (presença permanente em "palco") que acaba por ser mais um elemento, mas que na ocasião, a sua função até justifica o peso que exerce sobre o chão... AGORA....Venha de lá o mais pintado, dizer-me que mais de seis pessoas lá no meio faz sentido, que eu talvez tenha de mandar o clássico: "Olhe que Deus vos ajude!"
Uma homenagem com nove ou doze seres plantados no relvado, tudo a olhar para as câmaras, mais parece o alinhamento duma equipa de futebol! Sobretudo quando a maioria nem sabe porque lá está; um terço não percebe português e os restantes se acotovelam para despachar diplomas e troféus para o Sr. do lado...
Passado o instante de mal discência, relembro-me agora da peripécia sinistra com a rapariga... PECULIAR, que transportava uma criançinha numa bolsa daquelas marsupiais, quando passou lá pelo "spot" reservado para a admissão das tais criaturas equídeas, responsáveis pelo dito ajuntamento de personalidades.
Nada haveria para relatar, não fosse a tal criança (amorosa de se comer, é de salientar!) ser incrivelmente parecida com um boneco nenuco exótico.
Ao reparar-mos nesta característica, não resistimos a soltar os clássicos piropos da praxe : "Awww, que amor!"; "É mesmo amoroso!!!"; "Parece um bonequinho..."
A resposta da "mãe(?!)" da criança foi tudo menos banal...
- É Vietnamita!
- ....?!(Silêncio) WTF?!
A sério?! Mas...COMO ASSIM???
Tipo: "É um Terrier!" ou "São Jeffrey Campbell!" ?? Ou mais: "Comprei-o nas Amoreiras!"; "Tava em saldos este!" ??
Seja como for, foi.... ESTRANHO! Quando penso nisso e revejo toda a cena, tento relembrar-me se de facto eu cheguei a ver a criança mexer... Isto porque agora há aqueles bonecos caréssimos que dão muito menos trabalho que um bebé verdadeiro e fazem um vistaço! Ainda por cima deve ser óptimo porque dá para variar as nacionalidades e afins características genéticas que, quer fique bem dizer ou não, ao fim de algum tempo se tornam...vá, ENFADONHAS!
Depois surgiu a dúvida... Se calhar a criançinha tinha era TRÍCIA*!!!! Ahhhhhh, assim está bem... Tudo se explica...
*Icterícia, versão ribatejana.
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